segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Existe sim!

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Imagine uma coisa. Imaginou? Mesmo que essa coisa não tenha aparecido na sua frente, não possua forma física, é algo imaterial, virtual ou seja lá o que for... ela existiu ou existe, concorda? 
Pois é. Qualquer coisa pode existir sem necessariamente estar no mundo em que vivemos, sem necessariamente estar em nossos pensamentos, sem necessariamente... alguma coisa que possa limitar essa existência. 
Um bicho peludo e verde. Seja lá qual foi a sua forma de ter imaginado isso, esse bicho existiu. Existiu na sua cabeça... mas se uma coisa está limitada a existir em alguma coisa... quais seriam essas outras coisas que fazem coisas existirem?[Como é que é?] Em outras palavras... quais outras formas de alguma coisa existir? Por exemplo... você imaginou o bicho peludo e verde a seu modo, mas sem ser na imaginação e nem na sua cabeça, qual outra forma dele existir? Virtualmente talvez... ou quem sabe alguma forma na qual nós, meros humanos, somos limitados a compreender. De qualquer maneira... as coisas existem, mesmo as impossíveis. 
O impossível... o impossível só é possível na realidade. Porque na sua cabeça o impossível se torna possível... ou aquilo que ainda seja impossível na sua cabeça, pode ser possível em algum outro lugar ou coisa. E não há outra palavra para indicarmos algo na qual não conseguimos descrever além da palavra 'coisa'.
Enfim, não fique triste só porque as coisas que você acreditava existir, não existam... elas existem sim, nem que seja só pra você.


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sábado, 11 de setembro de 2010

Inesperado

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As pessoas podem fazer coisas inesperadas.


"Nunca tinha tempo... nunca tinha tempo. Parecia que o mais importante era qualquer outra coisa sem ser eu... parecia que os doces momentos que passamos juntos já haviam sido apagados... ainda me lembro da vez em que fomos naquele festival... da vez em que fomos pescar... da vez em que todos foram ao cinema... mas agora... já não existem mais... parece que tudo o que poderíamos ter feito juntos, já fizemos. Bons momentos aqueles que ainda se importava comigo, momentos que ainda agradava lhe a minha companhia. Há pessoas que acreditam que a vida é feita de momentos, e não do esforço para viver... e eu sou uma delas."


        Era o último parágrafo do diário de seu pai. Lágrimas escorriam de seus olhos cheios de arrependimentos e lembranças... havia percebido na crueldade que havia feito com aquele que mais queria sua felicidade, que mais queria seu bem estar, aquele que mais o amava. Jason fechava o diário devagar enquanto lágrimas não paravam de cair sobre o mesmo, ele estava se punindo por dentro por não ter feito mais do que fez pelo seu pai que fez tanto por ele, dava socos em si mesmo no peito, movia a cabeça negativamente enquanto caía sobre o mar de lágrimas. Sua mulher o observava da porta, queria ir confortá-lo, mas aquele momento não pertencia a mais ninguém além do próprio Jason.
        Sentado sobre a velha cama de seu pai naquela velha casa aconchegante na qual cresceu e viveu até seus 18 anos, Jason, já mais calmo, ficava ali de olhos fechados, sentindo a temperatura morna e acolhedora daquela casa, sentindo suas lembranças de moleque. Sua mulher estava no corredor arrumando os caixotes que carregavam alguns enfeites daquela casa, parecia uma mudança, ela apenas parava um momento, e ficava o observando, abaixava a cabeça e continuava a arrumar.
        "Porque? Como eu pude fazer isso? Não percebi o quanto machuquei meu pai? Será que ainda posso voltar atrás?" - Jason se perguntava.
        Em um ato inesperado, Jason se levantava e batia a mão na porta do quarto fazendo sua mulher se assustar e olhar para ele, o homem de meia idade tinha um olhar esperançoso, parecia que poderia consertar um grande erro do passado e trazer a felicidade novamente, trazer as boas lembranças de volta para serem lembradas de forma que merecem ser lembradas, lembradas de forma feliz, compartilhadas com todos... com todos. Corria as pressas, sua mulher questionava, queria entender o que estava acontecendo, o porque da pressa, Jason não dizia nada, apenas pegava a chave do carro e falava para sua mulher entrar no mesmo pois teria de ir para um lugar.
        Em alta velocidade dirigia, ele parecia não se importar com nada além de chegar ao local o mais rápido possível, sua mulher começava a reconhecer o caminho e parecia começar a entender o que seu marido iria fazer, e olhava para ele surpresa, mas dava um sorriso. Não demorava muito. Estacionavam o carro naquela rua calma, em frente a aquele lugar. Ambos saíam do carro e entravam de mãos dadas no local.
        Uma mulher bondosa os guiava pelos corredores do lugar, os levando até o quarto número 13, ela o abria e dizia para ficarem a vontade e se afastava. Jason estava um pouco nervoso, sua mulher iria esperá-lo ali da porta, apenas apertava seus ombros dando-o a coragem de entrar e assim o fazia.
        "Quem está aí? Espere... esse jeito de andar... não pode ser verdade, não é? ... Jason?"
        "Sou eu sim... pai."
        Cego pela idade, o pai de Jason reconhecia seu filho depois de 15 anos sem vê-lo. Sua voz estava mais fraca, era difícil de andar, mas seu coração ainda era o mesmo, ele não conseguia evitar de deixar algumas lágrimas escorrer de seus olhos, não conseguia dizer mais nada, apenas sentia feliz por 'ver' seu filho mais uma vez, mesmo que ele fosse embora novamente.
        Se aproximava de seu pai o bastante para abraçá-lo com força. Um abraço forte não de força bruta, mas de força do amor, um abraço sincero que Jason e seu pai não sentiam a 15 anos um do outro. Aos choros Jason dizia: "Pai, me desculpe, pai! Não percebi o quanto fiz o senhor sofrer! Juro que não foi o que eu quis! Eu o coloquei aqui porq-" - seu pai o interrompia dando um carinho na cabeça de seu filho, e dizia de forma calma: "Eu sei que foi para meu bem estar... para que pessoas especializadas pudessem cuidar desse velho que só serve para dar trabalho aos outros... mas fico feliz que esteja aqui, não tem do que se desculpar... você é meu filho, fico feliz que tenha voltado antes de eu partir." - Jason então respondia: "Não diga isso! Vai demorar muito para o senhor partir! Então vamos, eu vim te buscar!" - Muito surpreso ficava aquele pai, apesar do bom tratamento das pessoas, o amor da família é insubstituível.
        A mulher de Jason não continha as lágrimas. Todos choravam, mas era de felicidade. Jason não se perdoava em ter colocado seu pai no asilo. Assim saíam do local... Jason, sua mulher... e seu pai, todos juntos de volta para casa.
        As pessoas podem fazer coisas inesperadas... realmente.


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domingo, 5 de setembro de 2010

Almoço de domingo

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Era uma vez um pai e uma mãe. Era uma vez um filho e uma filha. Era uma vez uma família. 

Uma família como qualquer outra. O pai trabalhava o dia todo fora de casa, a mãe trabalhava dentro de casa mesmo. O filho adolescente estudava de manhã e passava a tarde no colégio, a filha mais nova estudava apenas a tarde. Aos domingos costumavam sair para comer na hora do almoço em algum lugar diferente, e isso unia bastante a família. 
Naquele domingo, a mãe ajudava sua filha a terminar de se arrumar para aquele almoço, o pai esperava junto com o filho do lado de fora explicando para o mesmo sobre o carro, já que logo o filho aprenderia a dirigir. Todos estavam animados, pois adoravam esse momento. Um momento especial, um momento em que poucas vezes ficavam todos juntos. 
Talvez para o filho adolescente, aquilo já estava ficando chato pois seu maior interesse agora eram as garotas, para a filha mais nova o almoço de domingo era uma alegria, para a mãe era uma recompensa de seu trabalho durante toda a semana, e para o pai era uma oportunidade de estar junto daqueles que ele mais ama. 


Não era um restaurante requintado, era simples, mas a comida era muito boa. O filho adolescente havia comido dois pratos cheios de comida, normal para um garoto nessa fase; a filha pequena havia comido menos da metade de um prato do irmão, pois queria ir logo para a sobremesa; a mãe já estava satisfeita com o que havia comido e o pai, além de ter comido mais que o filho, mal esperava pela sobremesa também. 
Sorvete de chocolate branco com calda de chocolate normal, morangos, mel, confetes, etc... era uma sobremesa bem colorida a da filha mais nova, a mãe havia pedido uma papaya com cassis, o filho um petit gateau de chocolate, e o pai... simplesmente a mesma coisa que sua filha. Certamente o que apreciaram ali não foi a batata temperada da salada, nem a maminha com manteiga, nem o arroz com passas, nem o pintado na brasa, nem o sorvete com calda de chocolate, nem o petit gateau, nem nenhuma comida ali... o que realmente apreciaram foi a companhia um do outro.

Talvez hoje você não se importe de não ir junto com sua família para o almoço de domingo. Porém mais tarde talvez você se importe. Quando pouco a pouco perceber que nada é para sempre. 


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