sábado, 12 de maio de 2012

Um Louco - Prólogo

      De repente acordei. Estava com a cabeça apoiada sobre uma mesa de escritório, babando sobre o teclado do computador. Ao erguer a cabeça me vi dentro de uma cabine dentre 20 outras cabines daquela sala de uma grande empresa, aí sim percebi que estava dentro de um grande escritório. Na minha frente haviam inúmeros bilhetes colados na parede, ao meu lado apenas escutava o colega discutir com alguém no telefone, do outro lado havia um homem de pé apoiando seus braços sobre o topo da minha cabine, me observando, rindo da minha cara. Eu, ainda confuso e perdido, tentando abrir os olhos devido a forte luminosidade do escritório, perguntei:
      - Que foi?
      - Cara, você tava babando... - Disse o homem ainda rindo.
      Antes de respondê-lo, percebi que não me lembrava de nada. Quem eu era, quem era aquele homem, onde eu estava... simplesmente não sabia o que estava acontecendo. Comecei a me desesperar. Me levantei da cadeira e olhei fixamente para o homem com certo desespero e perguntei:
      - Onde estou?
      Surpreso, o homem olhou para os lados, ficando confuso com minha atitude e depois voltou a me olhar, e respondeu, como se me conhecesse a anos:
      - Tu no trampo, meu chapa! Tu bem?
      Fiquei em silêncio olhando para ele ainda sem entender. Ele continuou a me olhar como se eu fosse louco e disse:
      - James... você bebeu muito ontem?
      Percebi que todos a minha volta me observavam como se minha atitude estivesse sendo realmente estranha naquele momento. 'James'. Talvez esse fosse meu nome. Fiquei ainda mais confuso e imaginei que poderia estar tendo algum tipo de amnésia, então respirei fundo e me acalmei. Logo voltei a olhar o homem e falei:
      - Desculpe... acho que bebi muito... er... onde é mesmo o banheiro?
      - Saindo da sala, no final do corredor a direita... - Respondeu o colega, ainda sem entender minha situação.
      - Ok, obrigado...
      Agradeci e fui até o banheiro masculino.
      Ao entrar, olhei diretamente para o espelho. O homem que vi no reflexo provavelmente era eu. Me aproximei e toquei meu rosto. Cabelos castanhos, olhos azuis, pele pálida. Um cara atraente e bem arrumado. Eu nunca tinha visto aquele rosto antes. Eu não lembrava de mim mesmo.
      Decidi mexer em meus bolsos e logo encontrei uma carteira. A abri e peguei o primeiro documento que vi. Nele tinha uma foto 3x4 do rosto que vi no espelho, o nome, a data de nascimento, o local de nascimento, o nome dos pais e entre outras informações:
Nome: James Tyler
Data de nascimento: 21/04/1984
Local de nascimento: Nova Iorque, NY
      Só li até o local de nascimento. Me perguntei se eu estava em Nova Iorque ou em outra cidade. Ou quem sabe, em outro país. Eu estava confuso. Totalmente perdido. Parecia que eu tinha surgido de repente no mundo e me colocaram para viver, mas não me informaram nada... quase como um jogo do The Sims, onde você monta seu personagem, escolhe se será uma criança, adulto, idoso e joga com ele. A diferença é que no jogo o personagem é guiado por alguém, o jogador. Agora eu... sou como se fosse esse personagem, porém sem nenhum guia.
      Fiquei durante 30 minutos sentado no chão, dentro de uma das cabines do banheiro. Fiquei apenas pensando. Pensando e tentando lembrar de alguma coisa. Qualquer coisa, qualquer pista de quem eu era. Tudo o que eu sabia até aquele momento, era que eu trabalhava em um escritório de alguma coisa, que eu era um funcionário de escala mediana, que eu era nova-iorquino, e que tinha 28 anos de idade. De repente senti algo vibrar no bolso da minha calça. Logo vi que era um celular. O peguei e atendi:
      - Alô?
      - James? Sou eu, Josh. Cara você bem? Já faz meia hora que você no banheiro! Ou você não mais no banheiro?
      Josh. Era a mesma voz do homem que estava rindo da minha cara quando acordei. Logo deduzi que era ele que estava me ligando.
      - Ah... eu bem. Já voltando...
      - Hunf... ok. Já tava ficando preocupado, cara! Volta logo, falou!
      'Tec. Tu, tu, tu...'
      Assim que o Josh desligou, eu fechei o celular e guardei novamente no bolso. Respirei fundo e me levantei. Saí da cabine e fui lavar o rosto. Me aproximei da pia, abri a torneira, enchi minhas mãos de água e me curvei para molhar meu rosto. Fiquei um tempo de olhos fechados, apenas sentindo o frescor da água no rosto. Aquilo relaxava um pouco, mas não me ajudava a lembrar de nada. Logo, fechei a torneira e me levantei para me olhar no espelho. Nesse momento vi uma sombra escura com uma forma estranha logo atrás de mim, e antes que eu pudesse me virar para ver quem ou o que era, perdi a consciência e desmaiei.



Próximo Capítulo: Capítulo 1 - Memórias
Clique:

1 comentários:

Hika M² disse...

Oi Tiemi!!!

Gostei da história, quero saber continua (assim como as outras que vc faz rsrsrsrs )

Continua escrevendo viu =D

Beijos